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ADMIRÁVEL JEITO "JACK WHITE" DE FAZER MÚSICA TOMA CONTA DO PRIMEIRO DIA DO LOLLAPALOOZA 2015


Foto: David James Swanson - Lollapalooza (Divulgação)
Por: Renan Amaral

Jack White fechou o primeiro dia do Lollapalooza, realizado no autódromo de Interlagos, em São Paulo, com um dos melhores shows do evento. O frontman explorou ao máximo toda a capacidade musical de sua banda, na noite de ontem, 28, apresentou um leque diversificado de estilos e ritmos musicais e revelou o peculiar e admirável jeito “Jack White” de fazer música, movido por impulso, paixão e talento.

O começo do show de Jack White foi marcado pelo ritmo country, impulsionado pela violonista Lillie Mae Rische, que dá um toque a mais à forte sonoridade da banda. Esta que, aliás, se mostrou perfeitamente entrosada, e, mesmo cometendo alguns deslizes – provocados, possivelmente, pelo cansaço causado pelo acumulo de shows ao redor do mundo –, cria um universo próprio no palco, cheio de ousadia e musicalidade. 

Liderados e incitados por White, cada um dos membros do grupo participa ativamente do show e divide, em alguns momentos, o protagonismo com o vocalista, como quando o baterista Daru Jones abandona o banquinho e passa a tocar a bateria em pé. E é com esse espirito de liberdade, o qual leva os músicos a ultrapassarem o limite do improviso, que a apresentação é encaminhada. 

Foto: David James Swanson - Lollapalooza (Divulgação)
Jack White apresentou um setlist variado, com músicas que marcaram o White Stripes e os seus projetos paralelos, Raconteurs e Dead Weather, além, é claro, de tocar os hits de seus dois últimos álbuns solo – o último deles, o aclamado “Lazaretto” (2104). E, de Forma natural, no meio da apresentação, o músico deixa o country um pouco de lado e passa a flertar mais com o blues e a se entregar totalmente ao rock’n’roll, levantando a plateia com um mix de sucessos, que contou com os sucessos “Cannon”, “Dead Leaves and the Dirty Ground” e “Screwdriver”, todas em sequência.

A iluminação em azul e preto e o figurino retrô, usado pelo vocalista e por todos os membros de sua equipe, inclusive os roadies, é uma das fortes características do jeito “Jack White” de ser. Um jeito peculiar, excêntrico e admirável, que cria uma atmosfera própria ao redor e revela um mundo à parte, no qual Jack White e sua banda dão as cartas e determinam o ritmo, seja o blues, o country ou o rock.

E é para esse mundo que White – ora com a guitarra, ora com o violão ou com o piado –, com todo o seu virtuosismo, transporta o seu público, que passa a fazer parte de um show de música verdadeiro, onde a única coisa que importa é a própria música.  
Depois de vários hits, no bis, Jack White e seus músicos ainda atenderam ao pedido do público tocando “Seven Nation Army”, música que fechou a apresentação juntamente com uma explosão de fogos e um quebra-quebra de instrumentos, promovido por White como um ato de missão cumprida. 

E se o objetivo era levar ao público música de verdade, livre de regras e preconceitos musicais, ele foi cumprido. Compensando até mesmo o fato de Robert Plant (atração do mesmo dia) não ter subido ao palco para tocar com White “The Lemon Song”, do Led Zeppelin, como fez na edição argentina do festival deste ano, algo que se torna apenas um detalhe para as pessoas que assistiram ao show, as quais, seguramente, nunca mais irão esquecer o jeito “Jack White” de fazer música.


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